sábado, 19 de fevereiro de 2011

Estado de garoto asfixiado é grave

Roberta Trindade - repórter

O estado de saúde de Matheus Brito da Silva é grave de acordo com informações repassadas pela Secretaria de Saúde do Município. O menino, de apenas 3 anos de idade, ficou asfixiado após se engasgar com um caroço de pitomba na tarde da última quarta-feira (16) e sofreu parada cárdiorrespiratória. Não estão descartados possíveis danos neurológicos.


fotos: aldair dantasGeane de Brito conta como o filho de apenas três anos se engasgou com a pitomba e se desespera com o estado grave do garotoGeane de Brito conta como o filho de apenas três anos se engasgou com a pitomba e se desespera com o estado grave do garoto
Mas, o secretário municipal de Saúde Thiago Trindade afirmou que, somente hoje, os médicos do  Hospital Antônio Prudente irão se se pronunciar sobre o estado de saúde do menino, após a avaliação da equipe de neurologistas.

Na avaliação da enfermeira do SAMU, Uilma Dantas, que prestou atendimento de urgência em Matheus poucos minutos após o engasgo, o incidente provocou consideráveis danos neurológicos. “A palavra final será dada pelo neurologista amanhã, mas já é possível prever que a morte encefálica será confirmada”, disse. Geane de Brito, 32 mãe do garotinho afirmou que o médico que atende à criança disse a ela que o filho não tem chances de melhora. “De 100%, o médico disse que meu filho tem zero”, chora compulsivamente.

Geane contou que era 13h30 da quarta-feira, quando saiu de casa, na avenida João Medeiros Filho para comprar um carregador de celular. A criança ficou com a avó, logo depois, no fundo do quintal de casa, Matheus ganhou de um amiguinho uma pitomba. Após colocar na boca se engasgou. “Meu irmão e um vizinho,  pegaram meu filho, colocaram no carro e seguiram para o hospital, no meio do caminho encontraram uma ambulância do Samu e pediram socorro”, contou Geane.

A mulher disse que o irmão e o vizinho estavam sem camisa e, segundo orientação dos socorristas do Samu não poderiam seguir com eles na ambulância. “Neste momento iniciaram massagens na criança. Matheus estava vivo e ainda falou com meu irmão. Dizia: tio, tio. Deitaram ele na maca e logo depois ele começou a se entortar”. De acordo com a versão de Geane, foram os socorristas do Samu que acionaram a ambulância com a UTI.

O garotinho é o mais novo dos quatro filhos da empregada doméstica.  Geane trabalha, de segunda a sábado, das 8 horas  às 17 horas em uma casa de família e pelo serviço  recebe um salário de R$ 510. “Minha mãe é quem nos ajuda com a aposentadoria. Agora minha vida acabou. Eu quero justiça. Matheus está na UTI todo enfaixado e com  os olhinhos tampados. Os olhos dele secaram. E ele não reage a nenhum estímulo, nem quando converso com ele”.

O Samu encaminhou a criança para a UPA do Pajuçara. Lá, Matheus foi levado para a chamada “Sala Vermelha”, onde existem equipamentos para estabilizar o paciente, porém, não é uma UTI. Matheus que necessitava, urgentemente, de ser transferido para uma UTI  ainda passou muito tempo até conseguir a transferência. “Ele foi muito bem atendido na UPA”.

Geane recorreu ao Ministério Público. “Foi minha salvação, se é assim que devo dizer. Procurei uma promotora (de justiça) e foi ela quem conseguiu a vaga no Hospital Antônio Prudente.

Coordenador denuncia falta de vagas

Na UPA, o coordenador médico da unidade Antônio Sérgio Macedo Fonseca afirmou que a criança deu entrada na UPA  com parada cardiorrespiratória. “Não sabemos quanto tempo o menino ficou sem respirar, o que provoca a falta de oxigênio no cérebro”.

Sérgio disse ainda que somente na quinta-feira (17) à meia-noite chegou a notícia de uma vaga na UTI do Hospital Antônio Prudente. “Desde que a criança chegou o quadro era muito grave. Ele evolui com convulsões durante toda a noite. Aqui não temos um arsenal terapêutico que se teria em uma UTI e, apesar de terem noção, não  são médicos especializados nesta área. Havia uma lesão muito grave no cérebro”, explicou o médico que disse também: “Há vários dias estamos com dificuldade para UTI. No Maria Alice não tem, no Giselda também não. Estou com um adulto à espera de uma vaga na UTI a nove dias”, lamenta o profissional.

A coordenadora de enfermagem do Samu, Wuilma Dantas disse que o serviço foi acionado às 134h57 e que no boletim de ocorrência foi registrado a conclusão no atendimento às 14h19. “A criança estava em parada cardiorrespiratória. Foram realizadas manobras. O médico retirou o caroço de pitomba,  entubou o menino e iniciou a reanimação cardiopulmonar. Ele não sabia o tempo de obstrução da via”.

Uilma disse que a criança estava sozinha. “Foi um popular que chamou a ambulância que passava pelo local. A criança estava sozinha”, disse a coordenadora.

Fonte: Tribuna do norte

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