sábado, 23 de abril de 2011

Decretada Prisão Temporária de Policial Militar

                         Investigações na Baixada Santista resultam na prisão de policial militar suspeito
Na madrugada de 10 de abril do corrente, entre 02:00 e 04:30h, houve quatro ocorrências policiais com disparos de arma de fogo, todas com a informação de ter sido utilizado veículo de cor preta, modelo Corsa ou Fiesta, com utilização de armamento de calibre 380 e ponto 40. Essas ocorrências deixaram 9 pessoas feridas e 1 pessoa morta (Santos), nas cidades de Santos e São Vicente.

O mais grave deles ocorreu às 04:19h, na rua Pindorama, no Boqueirão, e teve como vítima fatal Paulo Roberto Barnabé, de 34 anos. Ele foi morto com um tiro no peito e estava com outro homem, que sobreviveu, apesar de ser baleado seis vezes.

As investigações do caso foram iniciadas pela DIG Santos e pela Polícia Militar, um policial militar passou a ser suspeito, quando este, no dia seguinte à divulgação pela imprensa das imagens captadas por câmeras de monitoramento instaladas num dos locais de crime (rua Pindorama) registrou uma ocorrência de furto supostamente ocorrido na noite do dia 14ABR11, de duas pistolas particulares, que coincidentemente também eram dos mesmos calibres divulgados, o que impossibilitaria eventual exame de confronto com os projeteis apreendidos nos locais de crime. Curiosamente a pistola ponto 40 da Corporação não foi subtraída no evento. Verificou-se também que esse policial militar era possuidor de um veículo Corsa hatch de cor preta.

Na manhã de 16ABR11 foram afixados em postes de iluminação e lançados no chão, no bairro Aparecida, na cidade de Santos, cartazes anônimos dando conta que o autor dos disparos era este mesmo policial militar, chegando a citar seu nome e função que exercia.

O suspeito estava em gozo de férias e foi convocado para apresentar-se no Quartel, contudo, logo após ter recebido a notícia de sua convocação, tentou limpar seu carro com uma flanela.

Os depoimentos prestados no Quartel e na DIG apontaram vários pontos incompatíveis, inconsistentes e incongruentes, que não se encaixavam com informações prestadas ,, sua esposa e sogros, em relação ao álibi apresentado para o momento dos crimes e do furto das armas. ,,

Em decorrência desses fatos levantados e apurados, no sentido de se preservar as investigações decorrentes, tanto da Polícia Civil (crime comum – área criminal) como da Polícia Militar (conduta do policial militar – área administrativa), o veículo foi apreendido e submetido à perícia para detectar vestígios de pólvora e o suspeito conduzido na mesma data à Corregedoria da Polícia Militar, onde foi submetido, na madrugada do dia 17 de abril, a prisão administrativa.

As investigações prosseguiram e no dia 20ABR11 foi decretada a sua prisão temporária pelo pela autoridade judiciária da Comarca de Santos, sendo então, encaminhado ao Presídio Militar. Cabe ressaltar que dos diversos crimes ocorridos, o único que apresenta elemento que sustenta a suspeita contra o policial militar é aquele ocorrido na rua Pindorama, bairro Gonzaga, em Santos, face a uma filmagem existente, que indicaria o autor dos disparos sozinho em um veículo Corsa preto, que possui as características do veículo particular do policial militar, também um Corsa preto.

Até o momento, não houve reconhecimento pessoal e nem prova que o vincule aos crimes (obs: exames periciais ainda não foram concluídos). Em princípio não há suspeitas do envolvimento de outros policiais militares. O policial militar não responde a processo administrativo.
A apuração do crime comum segue em investigação sigilosa pela Delegacia de Investigações Gerais de Santos.

Suspeita-se que o furto de suas armas seja uma tentativa de ocultar provas. Somente isso é insuficiente para provar sua culpa, contudo, a divergência entre os depoimentos do suspeito, esposa e sogros, aliado ao fato de que o seu carro possui as mesmas características do veículo usado nos delitos, que ele alterou as características do carro (trocou as rodas originais por rodas esportivas) e tentou limpa-lo, bem como a inconsistência do registro de furto das armas mostram-se bastantes para estabelecer linha investigativa tendo-o como o principal suspeito.

Não há nenhuma motivação aparente para os crimes, tampouco relação entre as vitimas. A maior parte delas não possui registro criminal, tudo indica que o agressor escolhia suas vítimas aleatoriamente, atirando contra elas sem desembarcar do carro.

O policial suspeito não responde a processo disciplinar e envolveu-se em duas ocorrências com uso de força letal, nos anos de 2003 e 2006. Não possui punições por faltas graves. Ele serve há 14 anos na PMESP.
Será instaurado processo administrativo. Cabe esclarecer que a atuação da Polícia Militar em apoio e colaboração à Polícia Civil é importante e fundamental para a pronta resposta que a sociedade espera na transparência de nossa Instituição.

Do CoronelRicardoJacob

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