domingo, 10 de abril de 2011

MPF monitora programas policiais da TV paraibana

Duciran Farena
Foi realizado ontem de manhã no auditório da OAB, no Centro de João Pessoa, o debate "Jornalismo: ética, sensacionalismo e banalização da notícia". O evento teve como um dos palestrantes o procurador da República Duciran Farena, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão da Paraíba. Durante sua exposição, o representante do Ministério Público Federal falou sobre os programas policiais exibidos no horário do meio dia na televisão paraibana e contou ter ficado perplexo ao assistir, durante a espera em um consultório médico, cenas de um acidente de motocicleta em que uma criança tinha tido uma das pernas praticamente decepada. Segundo ele, em frente à televisão, na mesma sala, estavam algumas crianças que se chocaram com as imagens:
 
- Há programas que são verdadeiras fábricas de imagens degradantes.
 
Farena acrescentou que o Ministério Público Federal se aliou ao Estadual para monitorar o nível da produção de alguns programas da televisão paraibana, notadamente aqueles que exibem prisões, operações policiais e tratam de crimes diversos:
 
- Temos acompanhado isso. Já fizemos duas audiências públicas a respeito e temos uma grande preocupação com a exibição de cenas impróprias em horários impróprios, além da exposição dos presos que já teve uma recomendação com o objetivo de evitar a espetacularização da notícia, mostrando pessoas detidas, mas sob as quais ainda existe a presunção da inocência, como se fossem trofeus. Consideramos que essa prática deve ser banida. Estimula-se que a pessoa detida confesse seu crime, o que viola um direito constitucional, na medida que o repórter instiga o suspeito a confessar algo que ainda será analisado pela Justiça. Vamos tentar conscientizar a imprensa a respeito dos limites que são colocados pela Constituição. Se eles não forem respeitados, partiremos para ações judiciais.
 
 
ParlamentoPB

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