sexta-feira, 6 de maio de 2011

Bombeiro é preso após reclamar de falta de viaturas no Maranhão

É assim que eles moldam o funcionário público que deveria atender você, cidadão, nas ruas.

Quantos professores são presos no Brasil por reclamarem da miséria de salário que eles recebem? Quantos médicos são presos no Brasil, após falarem a verdade sobre o caos que os rodeiam? 
Existem categorias profissionais neste país que são forçadas a produzir sem as mínimas condições. Mas pelo menos ainda têm o direito de espernear. Já na segurança pública, a opressão, o abandono, o esquecimento e a força ditatorial é quem manda. E o que é pior: é assim que ele moldam o funcionário público que deveria atender você, cidadão, nas ruas.
Confira abaixo a matéria do G1.
O tenente-coronel Marcelo José Ferreira Costa, do Corpo de Bombeiros do Maranhão, foi preso, na manhã desta terça-feira (3), após reclamar da falta de estrutura para trabalhar e denunciar o possível uso indevido de carro da corporação por parte do motorista do comandante da corporação, o major Marcos Paiva.

O bombeiro está recolhido, há 26 horas, no quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros de Bacanga, em São Luís. A prisão administrativa está prevista para o período de quatro dias, segundo Costa.
"Tínhamos uma reunião já agendada. Durante o encontro, questionei o comandante [Marcos Paiva] sobre o uso de carro oficial, descaracterizado [sem placas brancas] por parte do motorista dele, neste sábado (30). O cabo estava sem uniforme, usando apenas camiseta. Naquele dia eu estava de serviço e era o superior de dia, responsável por toda a corporação no estado. Saí da sala preso, com voz de atenção", disse o oficial preso.

Costa informou ainda que está sem viatura para se deslocar desde setembro de 2010 e usa a motocicleta pessoal para trabalhar. "Sou comandante do 1º Grupamento de Bombeiros Militares e não tenho um carro disponível para trabalhar, mas tem carros sendo usados, pelo menos cinco, para resolver assuntos pessoais de comandantes."

O comando da corporação e a Secretaria de Segurança Pública foram procurados pela reportagem do G1, mas ainda não comentaram a prisão do oficial e o andamento da apuração sobre as denúncias apresentadas por Costa antes de ser preso.

A mulher do oficial preso, Adriana Lago, 35 anos, disse que o marido está deprimido e teme pela saúde dele. "Não deram almoço para ele ontem [terça-feira]. Tive de levar comida para ele às 14h. Ele não jantou e hoje de manhã ofereceram pão e café. Ele está muito abatido, pois tem 26 anos de idade, 15 anos de corporação e nunca foi preso antes".

Do G1- Retirado do Paraíba em QAP

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