segunda-feira, 4 de julho de 2011

RIO GRANDE DO NORTE: "Batalhão Mall" Comandante exonera PMs e documentos são apreendidos

Coronel Araújo Silva confirmou "afastamento das funções" dos 12 policiais presos na operação. Além disso, notas fiscais foram encontradas em Assú.


Coronel Araújo Silva e promotor Wendell Beetoven explicaram operação
Os doze policiais militares detidos nesta segunda-feira (4) durante a operação Batalhão Mall, desencadeada pela Polícia Militar e o Ministério Público Estadual (MPE), foram exonerados de suas funções pelo comandante geral da Corporação, coronel Araújo Silva.

Os dez soldados estão presos no prédio do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Já o tenente-coronel ficou detido no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar e o major no Batalhão de Choque. Somente na gestão do coronel Araújo Silva no comando da PM, 48 policiais "perderam a farda" pelos mais variados crimes julgados pela justiça e outros 40 estão sob investigação.

Durante a coletiva para falar da operação, o coronel Araújo Silva anunciou o nome dos novos comandantes do Batalhão de Assu e da 2ª Companhia Independente de João Câmara. Foram nomeados o tenente coronel Natan Jorge Melo Júnior e o major Josemário Xavier Paiva, respectivamente.

Além disso, segundo informações do promotor Wendell Beetoven Ribeiro Agra, responsável pela área de Controle Externo da Atividade Policial, foram encontradas notas de pagamento nas buscas e apreensões realizadas durante a operação. "Esses documentos estavam nas empresas", informou.

Nelas constam valores de R$ 3 mil, que seria o valor mensal pago pelos empresários aos policiais para os “serviços” ilegais de vigilância nos postos de combustíveis e de escolta as agências da Nossa Caixa e do Banco do Nordeste.

Para os trabalhos de vigilância, supõe-se que a divisão seria da seguinte maneira: R$ 300 para os soldados e R$ 600 para os oficiais. Já na escolta, o repasse dos valores seria de R$ 600 para a Nossa e R$ 400 para o BNB. "Vamos trabalhar com a suposta execução de segurança 'diferenciada' por soldados e a possível participação de pessoas com comando", explicou o promotor da forma como será desenvolvida o restante da investigação.

O promotor disse que a motivação para o começo das investigações - iniciadas há nove meses - foram denúncias recebidas pela Comarca de Assu reclamando do policiamento com "pontos de ineficiência" na cidade. "Em alguns locais, o cidadão percebeu uma presença mais constante dos policiais e não havia razão tática para isso", comentou.

A partir daí, segundo o promotor, começou um trabalho minucioso de investigação para apurar o que realmente acontecia com o trabalho policial na cidade. "Nossa maior dificuldade foi manter o sigilo dos trabalhos", revelou.

Entretanto, Wendell Beetoven ressaltou o trabalho conjunto com Ministério Público com a Polícia Militar para o desenvolvimento dos trabalhos. Questionado se temeu corporativismo por investigar policiais militares, ele argumentou que há o "corporativismo bom, aquele que protege a instituição".

Para não comprometer a investigação, o promotor explicou que a vigilância foi realizada em dias alternados "para não serem notados". "Foi uma demonstração de coesão entre o Ministério Público e a polícia em um momento delicado na busca de provas no batalhão", frisou. Wendell fez questão de lembrar que os policiais e empresário detidos na operação "são suspeitos e não são considerados culpados". "Ainda temos muito o que investigar", afirmou.

A partir da terça-feira (5), o Ministério Público vai começar a colher os depoimentos dos 12 PMs detidos na operação. Já os empresários estão detidos em Assu onde serão ouvidos na Comarca da cidade. O prazo para a investigação é de 20 dias com a prerrogativa de ser prorrogado por tempo equivalente.

Nominuto 

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