segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Natal - RN: Entrada de armas no presídio de Alcaçuz é devido corrupção envolvendo PMs

Direção da unidade reconhece a conivência de alguns policias para com os presos


Wellington Marques, diretor de Alcaçuz


A direção da penitenciária estadual de Alcaçuz já sabe como armas e drogas estão entrando no presídio que já foi considerado de segurança máxima. Investigações feitas ao longo dos últimos meses mostram o envolvimento de policiais militares no repasse de material ilegal para dentro dos pavilhões.


De acordo com o que foi apurado pelo Portal BO, a morte de Antônio Maia dos Santos, no dia 28 de julho, contou com informações repassadas por agentes públicos e a arma que matou o ex-policial Roberto Moura do Nascimento, o Bebeto, em abril, também foi repassada pelo sistema de corrupção.


O próprio diretor de Alcaçuz, Wellington Marques, afirma que a ida de Francisco Jackson de Oliveira Lucena, o "Jackson Bombado", para Alcaçuz pode ter sido premeditada por esse esquema. “O preso chegou na quarta-feira e matou o outro no sábado em consequência de corrupção. A arma estava aqui dentro por corrupção”, revela.


Sobre a morte Antônio Maia, que fez parte da quadrilha de Valdetário Carneiro, o diretor explica: “O preso que morreu tinha vindo falar com advogado e, justamente neste momento, o Galego de Antenor iria tomar uma vacina. Ou seja, são coisas que parecem premeditadas”, comenta Wellington Marques.


Vista do setor médico, onde o ex-policial Bebeto foi assassinado
Galego de Antenor matou Antônio Maia com um tiro há poucos metros do portão principal que dá acesso ao interior de Alcaçuz. Na sequencia, ele foi baleado por um agente penitenciário. O diretor de Alcaçuz reconhece as dificuldades e ressalta que desde que assumiu o comando da penitenciária, há cinco meses, vem tentando desarticular esse esquema de corrupção.

Flagrantes
“Em quase todos os setores da sociedade existe essa famigerada corrupção. No sistema penitenciário, há registro em todo país. Aqui em Alcaçuz, nós conseguimos descobrir, há três meses, que um policial militar trouxe dois quilos de maconha, cocaína, 15 celulares e uma broca. Ele deixou o material na copa e um preso iria levar para dentro”.


Os agentes conseguiram apreender os produtos antes que os presos pegassem. “Já tivemos filmagens que mostraram outro PM jogando material para dentro do presídio. Claro que, infelizmente, também temos agentes que fazem esse tipo de coisa”, frisa Wellington Marques.


Outra investigação que rendeu resultado foi de uma revista feita no Pavilhão 1. No mês de março, os policiais encontraram um revólver, 60 metros de corda, 29 celulares, 35 chips, 31 munições calibre 38 e ponto 40. Além disso, foi apreendido um carregador de pistola da marca Imbel, que é mais rara entre os policiais.

“Poucos dias depois, nós vimos um policial da guarda externa portando uma pistola da mesma marca do carregador, uma semana depois, o policial apareceu em imagens jogando material para dentro do presídio”, informa o diretor. Segundo Wellington, as investigações de corrupção estão em andamento. Para prevenir novos casos, a direção tem realizado reuniões diárias para troca de informações e orientações.

PortalBO

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