Direção da unidade reconhece a conivência de alguns policias para com os presos
Wellington Marques, diretor de Alcaçuz
A
direção da penitenciária estadual de Alcaçuz já sabe como armas e
drogas estão entrando no presídio que já foi considerado de segurança
máxima. Investigações feitas ao longo dos últimos meses mostram o
envolvimento de policiais militares no repasse de material ilegal para
dentro dos pavilhões.
De acordo com o que foi apurado pelo Portal BO, a
morte de Antônio Maia dos Santos, no dia 28 de julho, contou com
informações repassadas por agentes públicos e a arma que matou o
ex-policial Roberto Moura do Nascimento, o Bebeto, em abril, também foi
repassada pelo sistema de corrupção.
O próprio diretor de Alcaçuz, Wellington Marques, afirma que a ida de
Francisco Jackson de Oliveira Lucena, o "Jackson Bombado", para Alcaçuz
pode ter sido premeditada por esse esquema. “O preso chegou na
quarta-feira e matou o outro no sábado em consequência de corrupção. A
arma estava aqui dentro por corrupção”, revela.
Sobre a morte Antônio Maia, que fez parte da quadrilha de Valdetário
Carneiro, o diretor explica: “O preso que morreu tinha vindo falar com
advogado e, justamente neste momento, o Galego de Antenor iria tomar uma
vacina. Ou seja, são coisas que parecem premeditadas”, comenta
Wellington Marques.
Vista do setor médico, onde o ex-policial Bebeto foi assassinado
Flagrantes
“Em quase todos os setores da sociedade existe essa famigerada corrupção. No sistema penitenciário, há registro em todo país. Aqui em Alcaçuz, nós conseguimos descobrir, há três meses, que um policial militar trouxe dois quilos de maconha, cocaína, 15 celulares e uma broca. Ele deixou o material na copa e um preso iria levar para dentro”.
“Em quase todos os setores da sociedade existe essa famigerada corrupção. No sistema penitenciário, há registro em todo país. Aqui em Alcaçuz, nós conseguimos descobrir, há três meses, que um policial militar trouxe dois quilos de maconha, cocaína, 15 celulares e uma broca. Ele deixou o material na copa e um preso iria levar para dentro”.
Os agentes conseguiram apreender os produtos antes que os presos
pegassem. “Já tivemos filmagens que mostraram outro PM jogando material
para dentro do presídio. Claro que, infelizmente, também temos agentes
que fazem esse tipo de coisa”, frisa Wellington Marques.
Outra investigação que rendeu resultado foi de uma revista feita no
Pavilhão 1. No mês de março, os policiais encontraram um revólver, 60
metros de corda, 29 celulares, 35 chips, 31 munições calibre 38 e ponto
40. Além disso, foi apreendido um carregador de pistola da marca Imbel,
que é mais rara entre os policiais.
“Poucos dias depois, nós vimos um policial da guarda externa portando
uma pistola da mesma marca do carregador, uma semana depois, o policial
apareceu em imagens jogando material para dentro do presídio”, informa o
diretor. Segundo Wellington, as investigações de corrupção estão em
andamento. Para prevenir novos casos, a direção tem realizado reuniões
diárias para troca de informações e orientações.
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