quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

RN: Delegado defende ocupação permanente em pontos de tráfico

A atuação da polícia deve ser permanente em áreas que apresentam maior índice de violência e perigo à segurança pública no Estado. A opinião é do delegado Odilon Teodósio, que realizou ontem uma operação de combate ao tráfico de drogas no bairro de Nova Parnamirim. De saída para atuar no região Oeste do Rio Grande do Norte, Odilon, que era responsável pela Delegacia especializada de Narcóticos (Denarc), defendeu uma atuação mais incisiva e contínua das polícias para que o combate à criminalidade obtenha êxito.
 Adriano AbreuDelegado Odilon Teodósio vai atuar na região Oeste do EstadoDelegado Odilon Teodósio vai atuar na região Oeste do Estado

"A polícia deveria ocupar esses lugares onde o tráfico é escancarado. Temos vários pontos  aqui na capital em que é preciso ocorrer um trabalho permanente", disse o delegado. Para ele, apesar de as investigações ocorrerem, logo depois que terminam as operações, novas estruturas do tráfico são montadas. "A gente sai dessas áreas após uma operação e eles voltam a atuar", reiterou.

Odilon Teodósio enumera um mínimo de seis pontos de criminalidade acentuada na capital que lhe vem à cabeça. Pontos na zona Oeste são a maioria, como o bairro de Felipe Camarão, Planalto e as favelas do Mosquito e a do Detran. Localidades na zona Norte também são citadas: comunidade da África e o loteamento José Sarney.

Ele toma como modelo o caso do Rio de Janeiro, em que Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foram instaladas em favelas da cidade. "Tem que ocupar e ficar. O modelo de UPP pode ser utilizado aqui no Rio Grande do Norte", afirmou.

Toca da Raposa

Desde as primeiras horas da manhã de ontem, dezenas de policiais militares e civis tomaram as ruas do bairro de Nova Parnamirim, em uma ação de combate ao tráfico comandada pelo delegado Odilon. Na comunidade "Toca da Raposa" foram presas cinco pessoas envolvidas com comercialização de entorpecentes.

As investigações eram conduzidas a três meses e foram antecipadas devido à morte de Mariano Rosa Xavier, considerado chefe do tráfico de drogas na localidade. "Ele foi morto sábado passado em confronto com os policiais. Antecipamos a ação de forma que o comando do tráfico na região não fosse repassado", esclareceu o delegado.

José Anselmo Lemos Neto, Vilanilson Sales de Lima, Darli da Costa Armindo, Erenilson Porfilho da Costa e uma mulher identificada apenas como Célia foram presos. Pequenas quantidades de crack, maconha e cocaína foram apreendidas, além de uma pistola calibre 380 e uma motocicleta 600 cilindradas.

A comunidade "Toca da Raposa" é classificada como área geograficamente propícia para o tráfico devido ao matagal que a cerca. "Passávamos por lá e sentíamos a população clamando por mais segurança, uma ação efetiva".

Para o delegado Odilon, a quantidade de assaltos na região de Nova Parnamirim pode ser explicada pela vizinhança ligada ao tráfico, na "Toca da Raposa". "A favela é próxima à área nobre e delitos eram cometidos em virtude do comércio de drogas na região".

Comando de Alcaçuz

O tráfico de drogas na região de Nova Parnamirim já foi comandado de dentro do presídio Estadual de Alcaçuz, localizado em Nísia Floresta. De acordo com as investigações da Denarc, Mariano Rosa Xavier comandou durante muito tempo o comércio ilícito na "Toca da Raposa", mesmo estando detido na penitenciária.  Mariano foi detido no final de semana passado e após atuação morreu na delegacia de Plantão da zona Sul. O homem havia sido acusado pelo crime de tráfico de drogas e homicídio qualificado, delitos pelos quais cumpriu pena em Alcaçuz. Durante o final de semana passado, já se encontrava em regime semiaberto - quando trocou tiros com policiais e foi detido. Após a morte do líder da organização criminosa, os demais membros da quadrilha envolvida com o tráfico na região já se organizavam para prosseguir com o comércio ilícito na localidade de Nova Parnamirim. Para o delegado Odilon Teodósio, o combate à comunicação dos presidiários deve ser reforçado. "O que precisa é arranjar uma forma de isolar o circuito de telefonia móvel".






Tribuna do Norte - Marco Carvalho

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